terça-feira, 26 de junho de 2012

Filme 8 e meio: Para Pensar Pirandello e Fellini

Uma grande obra, cheia de lirismo e trilha sonora instigante.



É o mínimo que posso registrar sobre este filme.


Encantadoramente suave, mistura sonho e realidade, passado e presente, o homem e o menino, o íntimo (homem e sua psique) e o público (o profissional e suas responsabilidades).


A cada tomada de cena, reabre o foco nas temáticas propostas pelo diretor – a infância, a figura feminina, o sexo, devaneio, realidade, dúvidas e certezas - e capta nestas nuances diferentes aquilo que é natural do contemporâneo – os questionamentos diante das vivências, experiências e memórias.


E mais, muito mais. Faz refletir nas vicissitudes do existir através de suas várias roupagens: o homem e suas lembranças de menino, o diretor e sua técnica, o amante e suas mulheres.


Acostumada com o olhar multicolorido hollywoodiano, não pude deixar de me encantar com a filmagem em preto e branco que deixou ainda mais evidente, o brilhantismo do diretor e da atuação dos atores.


E por lembrar estas partes – diretor e atores- a cortina do palco da memória se me abriu pelas mãos de Pirandello.


A metalinguagem no filme, onde Fellini fala dos bastidores da criação cinematográfica, na peça de teatro Seis personagens a procura de um autor, Pirandello mostra o teatro e suas interfaces, melhor dizendo, expõe as personagens que reivindicam que suas histórias sejam contadas sem perda de detalhes.


Então, assim como Luigi Pirandello, que traz de forma espetacular este repensar do fazer teatral, neste filme Frederico Fellini mostra o dispêndio intelectual – tanto pessoal quanto profissional – do fazer cinematográfico, dentro do próprio filme e reavalia suas possibilidades.


Na tomada final, onde há a dança circular dentro de um grande parque de diversões, a música exala do italianismo, (melodia inicial evoca canção Parla Più Piano, da trilha de O Poderoso Chefão), o cenário e figurinos novamente espelham muito do universo teatral e nas falas o lirismo, como na declaração que o personagem Guido Anselmi faz para sua esposa Luisa. Uma obra sem igual. Indico para amantes de cinema e da língua italiana.



Exibido TV Futura, Cine Conhecimento, Domingo 24jun2012
Filme 8 e meio
Direção: Frederico Fellini
Com: Marcello Mastroianni, Claudia Cardinalle e grande elenco, Itália, 1963.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Avvertenze du tense

Na porta aberta
que passam e saem,
do toilette,
o quê pixam reinvindica e grida

sem ou com camisinha?
com ou sem amor?
sem ou com história?
com ou sem torpor?

nos painéis claros,
artigos escuros,
nos vãos nos anfiteatros,
o spray colore nosso mundo,

meu desenho da Amy,
etiqueta do Mickey,
arte do Mahinga,
sorriso do Dábana,

no trampo o Klédss
o riso tá certo,
il calcio estourou,
minhas tabelas de Excel,

Ciclame,
sem reclames,
colore meu ar,
Vida noir


Superação

Ano Novo, Vida Nova. Mais que um chavão, uma esperança que alimenta a força de continuar. Novos desafios, com o gosto macerado do costume, da vitória. Do que é ciclico mas não acomoda. O triste inventário das práticas nocivas ficou para trás, amarelecido no papel, na gaveta. O que flui é a vitória de dias breves e cheios de realizações. Sorrisos, amigos, lugares, abraços, ou apenas um edredom quentinho numa tarde chuvosa. E vale a pena viver.

Ricordare

Lendo o fragmento, Deut 6, 5-12,  chegou-me forte a ideia de gratidão.

Rememorar as conquistas e felicidades proporcionadas por Deus em nossas vidas.

Lembrei com afeto das minhas amizades, que atuam com mãos divinas a me erguer, me acalentar ou simplesmente me acompanhar.

Vi a a beleza até naquilo que finda, porque exala na memória uma presença translúcida, suave, generosa.

Refleti da essência divina em nossas vidas que atua como a seiva e a roupagem, daquilo que é interior íntimo para o que se pode ser proteção e doação a quem precisar.

Parei um instante, pra compartilhar essas linhas e encontrei o blog da Camila Resta, falando parte do que ressoava em mim, da Delicadeza Que Ensina.

Refleti na delicadeza no contato com a vida, que seja o observar de uma flor e com ela se deixar surpreender, fascinar e apaixonar por toda a criação e reconhecer o poder do Criador.

Se permitir co-participante deste momento e construindo, com palavras, a beleza da vida para outras pessoas.

Baci per tutti : )