Elegia 1938
Trabalhas sem alegria para um mundo CaduCo
Onde as formas e as aÇões não EnCerram nenhum eXemplo.
Praticas LaBoriasamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.
Heróis enchem os parques da cidade em que Te aRRastas,
e preconizam a virTude, a renÚncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-cHuvas de bronZe
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.
Amas a noite pelo poder de aniquiLamento que enCerra
e saber que, dormindo, os problemas te disPensam de moRRer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.
Caminha entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.
Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derRota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição.
Da Obra "Sentimento do Mundo"
fonte: http://falsadicotomia.blogspot.com/2005/05/elegia-1938.html
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